“Anticoagulação para além da prevenção do AVC: FA e o risco de demência” foi o tema do simpósio promovido pela Daiichi Sankyo, no âmbito do 17.º Congresso Português do AVC. A News Farma entrevistou os oradores convidados, a Dr.ª Ana Paiva Nunes, coordenadora da Unidade Cérebro-Vascular do Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central, e o Prof. Doutor Pedro Castro, neurologista no Centro Hospitalar Universitário de São João, para um resumo das principais mensagens partilhadas durante a sessão. Assista às declarações em vídeo.

“A paramnésia reduplicativa é um tipo de desorientação espacial em que os doentes acreditam que estão num sítio diferente daquele em que realmente estão”, como se de uma “crença inabalável” se tratasse por parte doentes, ainda que sejam dadas provas em contrário por outra pessoa, conta à My Neurologia o neurocientista e neurologista no Laboratório de Estudos de Linguagem do Centro de Estudos Egas Moniz (FMUL) e da Unidade de AVC do Serviço de Neurologia do Hospital de Santa Maria (CHULN), Prof. Doutor Pedro Nascimento Alves. Assista ao vídeo.

Mais de oito centenas de pessoas inscreveram-se para assistir às atualizações referentes à prevenção e tratamento da doença cerebrovascular no 17.º Congresso Português do AVC. O balanço “é muito positivo” caracteriza a Prof.ª Doutora Diana Aguiar de Sousa, membro da comissão organizadora e da direção da entidade que compôs o evento: a Sociedade Portuguesa do Acidente Vascular Cerebral (SPAVC). Assista ao vídeo de balanço à My Neurologia.

“Todos os AVC de causa desconhecida são realmente criptogénicos?” foi a questão que o Prof. Doutor Pedro Castro, neurologista no Centro Hospitalar Universitário de São João, procurou responder através da sessão da qual foi moderador intitulada por “Novas Recomendações Europeias na minha prática clínica”. Em entrevista à My Neurologia, conta que por ser um acidente vascular cerebral (AVC) criptogénico a sua causa é desconhecida, ainda que, por norma, se saiba que é embólico pela identificação de um coágulo a entupir algum vaso intracraniano. Para se chegar à conclusão se é criptogénico diz que não bastam os estudos mais básicos e tem de ser um procedimento mais extensivo.

O neurorradiologista de intervenção do Hospital de Braga, Dr. José Manuel Amorim, foi moderador da sessão “Oclusão da artéria basilar – o que ainda não sabemos?” e partilhou que a sessão, moderada pelo Prof. Doutor Daniel Strbian, se centrou nos mais recentes estudos que compararam a eficácia da trombose endovenosa com a da trombectomia mecânica no AVC da circulação posterior. Constatou-se uma eficácia idêntica de ambas as técnicas, conta o especialista à My Neurologia. Assista ao vídeo.

A poucos dias do início do 17.º Congresso Português do AVC, a decorrer de 2 a 4 de fevereiro, no Sheraton Porto Hotel & Spa, conversou-se com a Prof.ª Doutora Diana Aguiar de Sousa, neurologista e membro da direção da Sociedade Portuguesa do Acidente Vascular Cerebral (SPAVC), entidade organizadora do evento, que partilhou os objetivos, as temáticas abordadas e os prémios atribuídos. Leia as declarações à My Neurologia.

Desafiada a comentar os mais recentes dados com cladribina em comprimidos, que foram sintetizados num webinar transmitido em streaming no dia 25 de novembro, por ocasião do MS Masters Forum Milan, a Dr.ª Irene Mendes, assistente graduada de Neurologia do Hospital Garcia de Orta, em Almada, considera que esta reunião representou “uma oportunidade de interagir com diferentes realidades no tratamento da esclerose múltipla (EM)”.

Os dados conhecidos até agora indicam que a utilização precoce de terapêuticas modificadoras da esclerose múltipla (EM) com elevada eficácia, comparativamente a estratégias de escalada terapêutica em que se se inicia tratamento com terapêuticas de menor eficácia, traduz-se em vários benefícios que se demonstram ainda mais pronunciados a longo prazo. Foi inclusivamente esta uma das conclusões do ENSEMBLE (fase IIIb), de braço único, que avaliou ocrelizumab (o primeiro anticorpo monoclonal anti-CD20 aprovado - dose de 600 mg, duas vezes por ano) no tratamento de doentes com EM com surtos (EMS) ou primária progressiva (EMPP). Convidada a comentar os resultados deste ensaio clínico, cujos dados às 96 semanas foram recentemente apresentados no ECTRIMS 2022, a Dr.ª Ângela Timóteo, neurologista no Hospital Beatriz Ângelo, em Loures, destaca o facto de 21% dos 1225 doentes incluídos no estudo registarem uma melhoria no EDSS ao final de dois anos de tratamento.

Nos estudos de fase III OPERA I/II, ocrelizumab demonstrou um benefício clínico significativo a longo prazo no tratamento da esclerose múltipla (EM). Uma extensão do OPERA, apresentada no ECTRIMS 2022 em formato de poster, explorou os benefícios e o perfil de segurança do tratamento a longo prazo com ocrelizumab como estratégia de primeira linha em doentes naïve com EM com surtos numa fase inicial da doença. Veja o testemunho do Prof. Doutor João Cerqueira, médico neurologista, responsável pela consulta de Esclerose Múltipla no Hospital de Braga, e primeiro autor do trabalho “Long-Term Efficacy and Safety of Ocrelizumab in Treatment-Naive Patients with Early Relapsing Multiple Sclerosis: 7-Year Data from the OPERA Open-Label Extension Trials”.

A presidente da Sociedade Portuguesa de Cefaleias, Prof.ª Doutora Raquel Gil-Gouveia, marcou presença no webinar Desafios da Enxaqueca, organizado pela Pfizer, no papel de palestrante, no qual se debateram os desafios da patologia e as mais recentes terapêuticas. O ano de 2022 ficou marcado pelas atualizações das guidelines da Federação Europeia das Cefaleias, com evidência “mais robusta” e “resultados da monitorização de segurança”. Assista à entrevista.